Bissau - Os restos mortais do guineense Mamadu Bobo Balde, de 45 anos de idade, encontrado morto a 23 de Março numa instalação prisional em Luanda, Angola, só chegam ao país nos próximos dias depois de ter ocorrido um equívoco esta segunda-feira, entre a Guiné-Bissau e Conakry, onde a urna foi deixada esta madrugada, num voo de uma companhia aérea.
Falando no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, o Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Luís Vaz Martins, acompanhado pelos familiares da vítima, que esperavam o corpo, confirmou o adiamento da chegada da urna funerária.
«Recebemos a notícia de ter havido um engano entre a Guiné-Bissau e Conakry. Neste momento o corpo encontra-se na República vizinha de Conacri e vamos continuar a fazer pressão para que, nos próximos dias, possam conduzir os restos mortais ao país», referiu Luís Vaz Martins.
O Presidente da LGDH considerou ainda que é preocupante a situação dos guineenses em Angola, país onde, no seu entender, o nível de violação dos direitos humanos é elevado.
«É uma situação preocupante, que demonstra a situação dos direitos humanos naquele país. Quando as pessoas são mortas pelas autoridades significa que o nível de violência do próprio Estado é muito elevado» afirmou, tendo exortado as autoridades guineenses a tomar medidas concretas de forma a prevenir que situações do género aconteçam aos concidadãos guineenses que vivem naquele país.
Mamadu Bobo Baldé, engenheiro de formação com 45 anos de idade, emigrou-se para Angola a 26 de Janeiro de 2013, com os objectivos de procurar melhores condições de vida. Este caso junta-se à morte de António Maurício Bernardo, em circunstâncias por explicar, numa das celas da 23.ª Esquadra da Polícia Nacional de Angola, a 19 de Março, para além do desaparecimento forçado, desde julho de 2012, da jornalista Ana Pereira, conhecida por «Milocas».
0 Yorumlar